Sábado Santo é dia de “luto”, de silêncio e de oração. A Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa, batizado, casamento, nenhuma celebração.
À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, revivendo a ressurreição de Cristo, sal vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a ação de Deus, a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo.
"Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito"! E Jesus morre na cruz! Faltava pouco tempo para começar o descanso do Sábado. Era necessário sepultar Jesus sem perda de tempo. Apresenta-se voluntariamente José de Arimatéia, um membro do Conselho (que não concordara com a condenação de Jesus). Dispunha de um sepulcro nas imediações. Ele foi pedir a Pilatos o corpo de Jesus. "E, descendo-o, envolveu-o num lençol e colocou-o numa tumba talhada na pedra, onde ninguém havia sido posto. Era o dia da Preparação, e o sábado começava a luzir" As mulheres, que tinham vindo da Galileia com Jesus, acompanharam a José; observaram o túmulo e como o corpo de Jesus fora ali depositado. Em seguida, voltaram e prepararam aromas e perfumes - para embalsamar o corpo de Jesus, após o repouso do sábado que elas observaram, como prescrito (cfr. Lc 23, 50-56).
Os chefes dos sacerdotes e os fariseus pediram a Pilatos que o sepulcro fosse guardado com segurança "até o terceiro dia", (para evitar qualquer surpresa da parte dos seguidores de Jesus!). Pilatos concordou e "eles
puseram em segurança o sepulcro, selando a pedra e montando guarda" (cfr. Mt 27, 62-66). Tudo estava sob controle! O sonho de Jesus e de seus seguidores havia terminado!
Entretanto, "após o sábado, ao RAIAR O PRIMEIRO DIA DA SEMANA, muito cedo ainda, quando ainda estava escuro, Maria Madalena e Maria mãe de Tiago e Salomé vieram ver o sepulcro" (Mt 28, 1). Queriam embalsamar o corpo de Jesus. E se perguntavam quem haveria de tirar a pedra. Mas, oh! surpresa! Encontraram o túmulo aberto e sem o corpo do Senhor. O que teria acontecido? Apareceram-lhes, então, dois homens com vestes fulgurantes que lhes disseram: "Por que procurais Aquele que vive. entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou" Lc 24, 5). Na sequência, o próprio Jesus aparece às mulheres. Surpresas, espantadas, mas alegres vão correndo anunciar o fato aos Discípulos.
Surpresos, cheios de expectativa, Pedro e João correram ao túmulo e viram os panos de linho por terra e o sudário enrolado num lugar à parte. João diz que "viu e acreditou"! Na tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, Jesus foi onde os discípulos se achavam "estando fechadas as portas. por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: "A PAZ ESTEJA CONVOSCO!" Mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então ficaram cheios de alegria por verem o Senhor. Ele lhes disse de novo: A PAZ ESTEJA CONVOSCO! COMO O PAI ME ENVIOU, TAMBÉM EU VOS ENVIO". E, depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados" (Jo.20, 19-23).
Tomé não estava presente no momento da manifestação do Ressuscitado. Quando os discípulos lhe disseram: "Vimos o Senhor!", ele lhes disse: "Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei". Oito dias de-pois, Jesus manifestou-se de novo aos discípulos e disse a Tomé: "Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel". Tomé respondeu: "Meu Senhor e meu Deus'!
A expressão "Oito dias depois" é muito sugestiva. Está indicando o DOMINGO - "Do-minica Die"- Dia da Ressurreição do Senhor que a Igreja celebra de oito em oito dias, em sua a caminhada de fé, que está delineada e prevista nestas palavras de Jesus a Tomé: "Acreditaste porque me viste? BEM-AVENTURADOS OS QUE CRERAM SEM TE-REM VISTO!" (Jo 20, 27-29)