A doutrina da Igreja Católica, ou simplesmente a doutrina católica, é o conjunto de todas as "verdades da fé" professadas pela Igreja Católica. Segundo o Catecismo de São Pio X, a doutrina católica foi ensinada por Jesus Cristo para mostrar aos homens o caminho da salvação e da vida eterna. As suas partes mais importantes e necessárias são quatro: o Credo, o Pai-Nosso, os Dez Mandamentos e os sete sacramentos.
Essa Igreja cristã acredita que a sua doutrina foi sendo gradualmente revelada por Deus através dos tempos, atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus Cristo, que é considerado pelos católicos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade. Mas, a definição e compreensão dessa doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação divina e orientada pela Igreja.
Para os católicos, a sua fé consiste na sua livre entrega e amor a Deus, prestando-Lhe "o obséquio pleno do seu intelecto e da sua vontade e dando voluntário assentimento à revelação feita por Ele". Essa revelação é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição. A fé em Deus "opera pela caridade" (Gal 5,6), por isso a vida de santificação de um católico obriga-o, para além de participar nos sacramentos, a executar a vontade divina, que deve ser feita através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas obras e também das regras de vida propostas pela Igreja fundada e encabeçada por Jesus. Essa entrega a Deus tem por finalidade e esperança últimas a sua própria salvação e a implementação do Reino de Deus. Nesse reino eterno, o mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus.
Deus e a Santíssima Trindade
A Igreja Católica, como parte do Cristianismo, acredita no monoteísmo, que é a crença na existência de um único Deus. Para os católicos, Deus é o criador de todas as coisas e consegue intervir na História, sendo alguns dos seus atributos divinos mais importantes a onipotência, a onipresença e onisciência. Além desses atributos, Deus também é fortemente referido no Novo Testamento como sendo a própria Verdade e o próprio Amor: Deus ama, perdoa e quer salvar todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal e filial com ele através da oração.
Mas os católicos acreditam também na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser uno mas simultaneamente trino, constituído por três pessoas indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que estabelecem entre si uma comunhão perfeita de amor. Para a Igreja, esse dogma central não viola o monoteísmo. Essas três pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho; porém todos sempre existiram, não existindo assim uma hierarquia" entre os três.
Deus Pai: criador do mundo
Deus Pai, a primeira pessoa da Trindade, é considerado o pai perfeito porque ele amou e nunca abandonou os homens, os seus filhos adotivos, querendo sempre salvá-los e perdoando-os infinitamente, desde que eles se arrependam de um modo sincero. Ele não foi criado nem gerado e é considerado "o princípio e o fim, princípio sem princípio" da vida, estando por isso mais associado à criação do mundo. Mas isso não quer dizer que as outras duas pessoas da S.S. Trindade não participassem também nesse importante ato divino.
Virgem Maria: Mãe de Deus
De acordo com a mariologia católica, Deus escolheu gratuitamente Maria como a mãe de seu Filho: para cumprir tal missão, foi preservada do pecado original e de todos os pecados. O arcanjo Gabriel anunciou à Virgem Maria que Deus faria com que ela concebesse Jesus do Espírito Santo, ou seja, em virgindade e sem participação de homem algum. Logo, o Espírito Santo faz dela a Mãe de Cristo e, como Cristo é o próprio Deus encarnado, também a Mãe de Deus. Maria aceitou obedientemente essa missão divina tão necessária à salvação, tornando-se assim na corredentora dos homens. Casou-se com São José, que assumiu a paternidade terrena de Jesus, mas, mesmo assim, ela conseguiu conservar a sua virgindade por toda a vida.
Devido ao fato de ter concebido Jesus, que é o único Redentor dos homens e a Cabeça da Igreja, ela torna-se também na Mãe da Igreja e de todos os homens que Jesus veio salvar. Ela "coopera com amor de mãe no nascimento e na formação na ordem da graça" de qualquer ser humano. Após a sua assunção ao céu, ela, como Rainha do Céu, continua a interceder pelos seus filhos e a ser um modelo de santidade para todos. Os católicos "vêem nela uma imagem e uma antecipação da ressurreição que os espera", sendo por isso o ícone escatológico da Igreja (ou a realização mais perfeita da Igreja).